terça-feira, 7 de janeiro de 2014

POESIA À MEMÓRIA DE INÊS DE CASTRO

7 de Janeiro de 1355, Inês de Castro é assassinada a mando do rei D. Afonso IV por razões de ordem política. O crime foi executado por três elementos da nobreza: Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pero Coelho. D. Pedro, filho de D. Afonso IV e amante de Inês de Castro, jura vingança a quem a matou. E assim vem a acontecer. Álvaro Gonçalves e Pero Coelho são mortos, e Diogo Lopes Pacheco, muito debilitado por doença e em fase terminal de vida, vê por este motivo ser-lhe concedido o perdão no leito de morte. Dois poemas de Matias José já publicados neste espaço, assinalam esta efeméride histórica sobre Inês de Castro.
Poet'anarquista
Poemas para Inês de Castro
 À Memória

HISTÓRIA POÉTICA DE INÊS DE CASTRO

Estava Inês «posta no sossego»…
(Qual rosto de anjo adormecido)
Não podia imaginar tanto perigo
Que corria sua vida em segredo.

Por sentença d’el Rei D.Afonso IV
Inês é raptada enquanto dormia
E levada à sua presença em recato…
Sem o saber, seria seu último dia.

Amor de D. Pedro  ainda faz suplica,
Para com seus filhos pede compaixão
E o Rei, quase atende essa prece única…
Mas por três nobres é morta à traição.

D. Pedro jura vingança a quem a matou;
São eles Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves,
E Diogo Lopes Pacheco a quem perdoou…
A morte seria castigo por ofensas graves;

A um arranca o coração plo peito aberto
E ao outro pelas costas lhe faz o mesmo,
O que resta tem perdão já quase morto…
El Rei vinga Inês, e à vida lhes põe termo!

Cumpre finalmente o seu grande desejo:
Inês, sentada morta, no trono do Rei jaz,
E é coroada Rainha com um último beijo…
Amor de D. Pedro descansa agora em paz!!

Matias José

ÁGUAS CLARAS

Andavam de noite aos segredos
Os amantes pela rua...
Nos olhares desejos
Com olhos de meia-lua!

Chegou um olhar distante
Devagar, bem de mansinho,
Olhou-os bem de frente
E indicou-lhes o caminho:

Para lá do sol nascente
Um dia há-de chegar?...
Junto a uma «Ponte»
Esse Poeta para te amar!!

E se ele não vier
Deita pedrinhas no Mondego,
Numa estrela qualquer
O amor terá sossego!!!

Matias José

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