quinta-feira, 18 de julho de 2013

MAQUIAVEL - O LOBO E OS CORDEIROS

Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna. Tornou-se famoso por defender a visão de que um governante, se necessário, deveria ser cruel para obter e manter o poder. Os seus críticos denunciam-no como um homem que foi desprovido de moralidade, porém, os seus admiradores afirmam que ele foi um dos únicos pensadores que verdadeiramente entendiam o mundo político e que teve a coragem de descrevê-lo como ele realmente é. Ajudou a fundamentar o poder do rei, no contexto do Absolutismo Monárquico.
Fonte: http://oloboeaovelha.blogspot.pt/
Nicolau Maquiavel
Historiador, Poeta, Diplomata e Músico Italiano

DIÁLOGO ENTRE MAQUIAVEL E UMA DELEGAÇÃO DE CORDEIROS
13/01/2010 por JMS

Diz-se que uma delegação de cordeiros, certo dia, já farta de desfeitas, humilhações e agravos da parte dos lobos, juntou tostões e pediu a Nicolau Maquiavel um parecer técnico.

– Senhor, perguntaram, dizeis que a liberdade dos cordeiros não existe, posto que existem os lobos. Mas temos andado a pensar no seguinte: se conseguíssemos expulsar os lobos da cidade, não poderia entre os cordeiros florescer a liberdade?

– Inocentes criaturas, respondeu Maquiavel, como poderíeis algum dia garantir a expulsão dos lobos todos? Impossível. Desde logo, porque ninguém sabe dizer onde começa o lobo e acaba o cordeiro; além disso, por muitas expulsões que decretásseis (com que força, é outra história), a presença de um único lobo bastaria para vos roubar a liberdade.

– Mas reparai, senhor, que a liberdade do mais forte se resume ao império de poucos sobre muitos. E se a liberdade é melhor do que a servidão, como dizem os filósofos, o ideal seria torná-la tão extensa quanto possível.

– Ideal seria, como dizeis. Mas ideal, por definição, é aquilo que não existe, nunca existiu nem, provavelmente, existirá. Se expulsáreis os mais fortes, os menos fracos de entre os mais fracos seriam ainda os mais fortes, e lupinamente se ergueriam para vos devolver ao rebanho da dependência.

– Que vos garante, senhor, tal certeza?

– Os exemplos da história, e a natureza dos lobos e dos cordeiros.

– Nós, porém, queremos acreditar que a história não é algo de dado, mas de construído, senhor. E se vós próprios dizeis que é impossível predizer onde em nós começa o lobo e acaba o cordeiro, isso significa que a nossa natureza não está determinada, e se não está determinada é porque pode mudar.

– Nada disso. A história está determinada pelo egoísmo e pela desigualdade naturais. Não há lobos fortes sem cordeiros fracos, concedo, mas um cordeiro forte é já um lobo, tal como um lobo fraco não passa de um cordeiro.

– Quer dizer que só pela força poderemos, senhor, conquistar o direito de ser fracos? Que se não queremos ser lobos, só nos resta vestir-lhes a pele?

– Não. É pior do que isso, cordeirinhos. Significa que só como lobos poderíeis ser livres, e que a expressão “conquistar o direito de ser fraco” é uma contradição, designa uma impossibilidade.

– Não existe, portanto, liberdade na fraqueza?

– Não, não existe. Enquanto ovinos, estais condenados à servidão.

– Que nos aconselhais então, nestas circunstâncias?

– Quatrocentas flexões de braços por dia.
Fonte: http://eumeswill.wordpress.com/

O Lobo Veste a Pele de Cordeiro...
Em Silêncio os Inocentes!
Poet'anarquista

2 comentários:

Anónimo disse...

Cuidado com aqueles que se dizem líderes mas gostam de alimentar disputas, criar antagonismos, promover discórdias, insuflar ânimos, insinuar contendas e jogar as pessoas que os cercam umas contra as outras.

Quando se está próximo de líderes assim é comum sentir-se em permanente clima de guerra. Algumas vezes esses líderes estabelecem inimigos para servirem de catalisadores da raiva colectiva e transforma a luta contra esses inimigos na força motriz da vida; portanto há sempre que existir um inimigo e uma luta a ser travada. Outras vezes eles aderem à máxima "Dividir para reinar", e por isso promovem discórdia e desconfiança entre aqueles que estão ao seu redor para em seguida apresentarem-se como pacificadores e dignos de confiança.

Fique atento! Não embarque nesses jogos de guerra. Prefira aproximar-se dos líderes que promovem a paz; eles são bem aventurados. Aplauda aqueles que plantam sementes de confiança mútua e usam suas palavras para promover reconciliação. Andando com essas pessoas você vai tornar-se herdeiro de um grande tesouro.

Anónimo disse...

A questão, caro amigo, é que os líderes bem aventurados promotores da paz e da sementeira recíproca, usando palavras de reconciliação vão sendo cada vez mais raros. São mais os cordeiros que já ascenderam a lobos, espezinhando muitas vezes os cordeiros mais fracos e até os próprios lobos, que os tais pacificadores da concórdia. Por essa razão o mundo está como se pode ver, um cheiro pestilento a corrupção generalizada usando os cordeiros para atingir os fins. Só vejo uma saída, mas não é nada mansa...

Da Bíblia Sagrada: "olho por olho, dente por dente."