sexta-feira, 13 de abril de 2012

LENDAS HISTÓRICAS

Castelo de Terena
Terena - Lenda da Boa Nova
TERENA

As origens da vila de Terena são muito antigas. O seu primeiro foral foi concedido no século XIII, sendo elaborado pelo Cavaleiro D. Gil Martins e sua mulher D. Maria João. Já no século XVI, em 10 de Outubro de 1514, o Rei D. Manuel I concedeu-lhe o Foral da leitura nova.

A vila de Terena desempenhou um importante papel de defesa fronteiriça, através do seu castelo, que integrava a linha de defesa do Guadiana. No seu território desenvolveu-se desde tempos remotos o culto à Virgem Maria (possível fruto da cristianização de cultos pagãos), sendo o seu Santuário, hoje chamado da Boa Nova, já celebrado por Afonso X de Castela nas suas Cantigas de Santa Maria.

O concelho de Terena, que abrangia as freguesias de Terena, Capelins e Santiago Maior, foi extinto em 1836, estando desde então integrado no concelho de Alandroal.

Nesta vila decorre anualmente, no Domingo e Segunda-Feira de Pascoela, a afamada e concorrida romaria de Nossa Senhora da Boa Nova.

LENDA DA BOA NOVA

Conta a lenda que a «fermosíssima» Maria, a tal dos Lusíadas, princesa de Portugal, filha de D. Afonso IV, o Bravo, casada com o rei de Castela, veio com uma comitiva pedir auxílio ao pai a mando de seu marido que necessitava de travar a subida dos Mouros no seu território, mais concretamente no Salado. Só que também consta que o sogro não gostava muito dele por não ser um modelo de marido. Não há pai que goste de ver a sua filha humilhada e muito menos um rei.

Depois do pedido de auxílio que não teve o resultado desejado, a «fermosíssima» saíu da corte e já estava nas imediações de Terena, quando chegou um emissário com a boa nova. Afinal o rei acabara por repensar o seu não e decidiu-se por ir em auxílio do seu pouco fiel genro.

A princesa de Portugal e rainha de Castela num acto de agradecimento e profunda religiosidade prometeu logo ali mandar construir uma capela que perpetuasse tão boa nova. Assim se justifica a presença desta capela a cerca de quilómetro e meio de Terena e que tem como orago Nossa Senhora da Boa Nova. E assim é a lenda.

Na realidade, esta capela é um santuário mariano bastante antigo, julgando-se que possa resultar da cristianização de cultos pagãos, visto que nas imediações de Terena subsistem as ruínas do templo do deus Endonvélico.
Fonte: Memória Portuguesa

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