quarta-feira, 23 de março de 2011

CULTURA - CALOUSTE GULBENKIAN

Calouste Sarkis Gulbenkian foi um importante cidadão arménio, mais tarde naturalizado britânico, com enorme relevância na aquisição e divulgação da arte e cultura no mundo. Nasceu a 23 de Março de 1869 em Uskudar, na Arménia, e veio a falecer a 20 de Julho de 1955 em Lisboa. Com um grande contributo para o fenómeno da cultura em Portugal, deixou o seu espólio e fortuna para a constituição de uma fundação com o nome Calouste Gulbenkian, instituição ao serviço da beneficiência, educação, ciência e artes.
Poet'anarquista
Calouste Gulbenkian
«O Homem da Cultura»
BIOGRAFIA

Calouste Gulbenkian nasceu em Uskudar, Arménia, a 23 de Março de 1869, filho de Sarkis e Dirouhie Gulbenkian, membros de uma ilustre família arménia cujas origens remontam ao século IV. 

Calouste Gulbenkian começou os seus estudos em Kadikoy (Calcedónia), primeiro na escola Aramyan-Uncuyan, depois na escola francesa de St. Joseph. Esteve em Marselha, a aprofundar os conhecimentos de francês. Foi no King's College de Londres, que se diplomou, com distinção, em engenharia (1887). 

Aos 22 anos, Calouste Gulbenkian viajou pela Transcaucásia e visitou os campos petrolíferos de Baku. Corria o ano de 1891. A jornada inspirou a escrita de um livro - «La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvenirs de Voyage» - do qual alguns capítulos foram reproduzidos na «Revue des Deux Mondes» com o título «Le pétrole, source d' énergie». Detentor de uma fortuna colossal, o bem sucedido homem de negócios tornara-se num dos mais notáveis coleccionadores de arte do século XX.

A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revela-se cedo. É acima de tudo a beleza dos objectos que lhe interessa. Junta ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma colecção muito eclética, única no mundo. São hoje mais de 6000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do sec. XX. O seu apego às obras que vai adquirindo é tal que as considera suas filhas. 

Em busca de tranquilidade, chegou a Lisboa em Abril de 1942, tendo passado os últimos treze anos da sua vida no Hotel Aviz, onde viria a morrer a 20 de Julho de 1955. 

Reconhecido pela boa hospitalidade “que nunca havia sentido em mais lado nenhum”, presenteou, entre 1949 e 1952, o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa com um importante núcleo de azulejos oriundos do Médio Oriente, uma escultura egípcia do período ptolomaico, um torso grego do século V a.C., bem como um notável conjunto de arte europeia com obras de Lucas Cranach, o Velho, Van Dyck, Largillière, Hubert Robert, Reynolds, Hoppner, Dupré, Courbet e Rodin.

OBRAS

A Colecção Calouste Gulbenkian é constituída por cerca de 6000 peças, das quais o Museu reúne nas suas galerias de exposição permanente, 1000 das mais representativas. Entre os vários núcleos que constituem a Colecção apresenta-se uma breve selecção das obras mais significativas que integram o Museu Calouste Gulbenkian. 

Ao longo dos anos, a colecção foi aumentando. Como medida de segurança, a colecção de Paris foi dividida e parte foi enviada para Londres. Em 1936, a colecção de arte egípcia foi confiada ao British Museum e os melhores quadros, à National Gallery. Mais tarde, em 1948 e 1950, essas mesmas peças serão transferidas para a National Gallery of Art de Washington. 

As delicadas deslocações das obras foram realizadas à custa de diligências fastidiosas e arriscadas. Gulbenkian, com residência fixa em Lisboa desde 1942, acalenta um único sonho: reunir sob um mesmo tecto, todas as suas obras dispersas. A ideia do Museu começa a despontar. 

Só catorze anos após a morte do ilustre coleccionador, o seu último desejo foi concretizado: o Museu Calouste Gulbenkian abriu as portas em Lisboa.

A FUNDAÇÃO 

A Fundação Calouste Gulbenkian é uma instituição portuguesa de Direito privado e utilidade pública, cujos fins estatutários são a Educação, a Ciência, a Beneficiência e as Artes. Criada por disposição testamentária de Calouste Sarkis Gulbenkian os seus estatutos foram aprovados em 1956. 

A Fundação tem a sua sede em Lisboa. As suas amplas instalações (Sede e Museu), projectadas pelos arquitectos Ruy Athouguia, Pedro Cid e Alberto Pessoa, foram inauguradas em 1969, integrando, para além das áreas reservadas à Administração e Serviços, um Grande Auditório, espaços de exposições temporárias, uma zona de congressos com auditórios e salas, e um amplo edifício que alberga o Museu Gulbenkian e a Biblioteca de Arte. Este complexo está instalado no Parque Gulbenkian, projectado pelos arquitectos Ribeiro Telles e António Viana Barreto. Em 1983, numa das extremidades do Parque, foi inaugurado o Centro de Arte Moderna, que compreende um Museu e um sector educativo. O Instituto Gulbenkian de Ciência está instalado em Oeiras, num complexo científico constituído por diversos edifícios, junto ao Palácio dos Marqueses de Pombal.
Fonte: esmf.drealentejo.pt


«Auto-Retrato Saudação» - Edgar Degas
Museu Calouste Gulbenkian

«As Pompas de Sabão» - Édouard Manet
Museu Calouste Gulbenkian

«Retrato de Mulher Jovem» - Domenico Ghirlandaio
Museu Calouste Gulbenkian

«Procissão Corpus Christi» - Amadeo de Sousa Cardoso
 Museu Calouste Gulbenkian

«Os Galgos» - Amadeo de Sousa Cardoso
Museu Calouste Gulbenkian 
  
«BENEFICIÊNCIA * EDUCAÇÃO * CIÊNCIA * ARTES»

FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

1 comentário:

Artesãoocioso disse...

Parabéns pelo seu blogue.
Gostei muito.
Belo trabalho
Cumprimentos